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Livros úteis de comunicação + marketing pessoal


Mesmo tendo dificuldades para postar aqui como gostaria, ainda tenho convicção de que este blog pode servir para alguma coisa. Abaixo publico um "roteiro de vida" que encontrei no livro Tratado de Comunicação Organizacional e Política, um dos tantos que estou lendo motivada pela minha especialização. Aliás, a quem interessar, bons livros da área de comunicação que li nas últimas semanas: "A Era do Escândalo", "A Síndrome de Aquiles" e "Voto é marketing...o resto é política". Os dois primeiros sobre gerenciamento de crise e o último sobre campanhas eleitorais. E aceito sugestões de leituras ;)

MARKETING PESSOAL


1) AutoconhecimentoEsta é a primeira lição: conhece-te a ti mesmo, ensina a regra grega. O autoconhecimento permite que a pessoa defina os seus limites, tome consciência dos seus potenciais, possa partir para definir seu modelo de vida. Sun Tzu, filósofo e general, em um notável documento escrito há mais de 2,5 mil anos, cunhou este pensamento: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de 100 batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. O autoconhecimento é a pedra sobre a qual se constrói a identidade. E a identidade é a marca de diferenciação da pessoa.


2) Definir metas e objetivosO estabelecimento de metas e objetivos começa pela definição do ponto ao qual a pessoa quer chegar. Significa decidir-se por uma posição, um posto, uma profissão, um cargo, um caminho. Quando metas e objetivos não ficam claros, as pessoas tendem a cair no vazio das indecisões, arrefecendo o ânimo e amortecendo a vontade. Quando se sabe para onde ir, o passo faz avançar o corpo, não se arrasta. Se a pessoa tem vários objetivos, conta, no mínimo, com a possiblidade de alcançar um deles, sendo até possível atingir vários, ao mesmo tempo. O importante é escolher uma trajetória de ação e, dentro dela, selecionar alternativas diferenciadas. E, atenção, não se deixar influenciar por pessoas negativas, que desacreditam em seus potenciais. 


3) Guiar-se por um conjunto de valoresHá alguns valores que conferem grandeza ao caráter. E uma pessoa de caráter angaria respeito e credibilidade. Há valores que não se impõem, nascem com as pessoas, constituem herança genética e cultural. Outros podem ser desenvolvidos e aperfeiçoados. Lembramos, por exemplo, a coragem e, mais que isso, a audácia. O audacioso pode conseguir o milagre de Maomé. Como se sabe, Maomé levou o povo a acreditar que poderia atrair uma montanha. Do cume, faria preces a favor dos observadores da lei. O povo reuniu-se, Maomé chamou pela montanha várias vezes, e como a montanha ficasse quieta não deu-se por vencido. Proclamou: “Se a montanha não quer vir ter com Maomé, Maomé irá ter com a montanha”. É preciso ter audácia para reparar feitos, corrigir caminhos. A coragem não é a essência do medo, mas a capacidade de enfrentá-lo e superá-lo. É preciso praticar a humildade, que não significa humilhação, mas a capacidade de reconhecer as fraquezas pessoais. A humildade, ensina a lição dos clássicos, é a virtude do homem que sabe não ser Deus. Para o filósofo alemão G. E. Lessing, “todos os grandes homens são modestos”. Não se pode esquecer a coerência, que imprime retidão à história do homem e preserva a homogeneidade de seu pensamento. A generosidade, por sua vez,  coloca os homens no cordão da solidariedade. O homem generoso não é prisioneiro de seus afetos, é senhor de si. Desenvolver a paciência também é um desafio de marketing pessoal. A paciência, dizia G. Leopardi, poeta italiano, “é a mais heróica das virtudes, justamente por não ter nenhuma aparência heróica”. E, nesse campo de valores, não se pode deixar de lado a preocupação em procurar defender e preservar a verdade. A verdade acaba prevalecendo sobre a mentira. Não adianta querer tergiversar. Há momentos que aconselham emitir versões diferentes da verdade. Muito cuidado. Como sugere o escritor polonês H. Sienkienicz: “A mentira, como o óleo, flutua na superfície de verdade”.


4) Procurar compor a apresentação pessoalEssa recomendação tem por objetivo ajustar a identidade e a imagem da pessoa. E isso se consegue estabelecendo-se ajustes na forma de apresentação pessoal - trajes, comportamento, gesticulação -, procurando-se incorporar detalhes, novas formas e posições. O profissional precisa adaptar-se aos tempos e aos ambientes. O cuidado com a aparência é, assim, muito importante. Infelizmente, muitos ainda julgam segundo a aparência, não segundo a essência. Mas todo cuidado é pouco para evitar exageros. É oportuno lembrar que as pessoas nem sempre são o que parecem. Como sugere o poeta alemão Novelis: “Quando vemos um gigante, temos primeiro de examinar a posição do sol para ter a certeza de que não é a sombra de um pigmeu”. Cuidar da aparência é necessário; exagerar na aparência é um contra-senso.


5) Aperfeiçoar a comunicaçãoAbrange um conjunto de ações relacionadas à melhoria do discurso (substância) e maneira de interlocução (forma de comunicar-se). Aconselha-se um programa de leitura de jornais, revistas (economia, política, ciência, artes e espetáculos, cultura, etc), livros de ciência política, economia e administração, perfis de grandes realizadores, história contemporânea. O profissional do mundo moderno não pode estar à margem dos acontecimentos nos diversos campos do conhecimento. Saber usar tais conhecimentos em momentos adequados, constitui uma estratégia que dará bons resultados. O aperfeiçoamento da expressão pode ser conseguido com um programa de treinamento de mídia, quando o profissional passa por uma bateria de aprendizagem. Aí, tem oportunidade de conhecer as manhas da imprensa, enfoques e abordagens mais apropriados, desenvolvendo, ainda, a fluidez de pensamento e expressão.


6) Aprofundar-se no campo da especializaçãoAlém do entendimento geral das coisas, será necessário um domínio mais completo e profundo em torno de determinadas áreas de interesse profissional. Nesse sentido, aconselha-se a leitura permanente de conteúdos especializados, por meio de consulta a periódicos, participação em cursos, palestras e eventos específicos no campo da especialização. Princípio recomendado: querer ser o melhor no campo. 


7) Desenvolver a criatividadeProcurar sempre formas diferentes para enfrentar a labuta cotidiana. Significa sair da rotina, evitar a acomodação. A criatividade motiva, amplia espaços, proporciona novas possibildiades. 


8) Ampliar faixa de relaçõesAs rotinas levam as pessoas à acomodação, tornando-as participantes de feudos mentais. É preciso quebrar o círculo de amigos e vizinhos, ampliando o circuito de conhecimentos com a incorporação de novas pessoas no jogo da interlocução. O enriquecimento sociocultural depende também da ampliação do discurso. Se possível, procurar contatar líderes, pessoas que fazem trabalhos comunitários gente que está situada no chamado circuito de formação de opinião. “Se um homem não faz novas amizadas è medida que avança na vida, ficará logo sozinho”, ensina o escritor inglês S. Johnson.


9) Aproveitar melhor os conhecimentosAs pessoas tendem, normalmente, a ficar quietas em seu canto, numa atitude de recatado uso dos conhecimentos. Tal atitude não combina com o sentido proativo dos tempos modernos. Se uma pessoa leu algo que lhe interessou, deve tentar passar adiante tal conhecimento; se aprendeu nova técnica, deve procurar implementá-la; se travou relações de amizade com uma pessoa, deve procurar estreitar as relações. A recomendação é no sentido de fazer girar o conhecimento adquirido. Não o trancar a sete chaves. A medida dará resultados positivos. 


10) Formar uma base mínima de organização e memóriaMuitos conhecimentos, situações e fatos do dia a dia profissional são rapidamente esquecidos. Há pessoas que estão sempre começando coisas, porque perderam parcela substancial de sua memória profissional. Aconselhamos o mínimo de organização: um bom arquivo, fichas de situações, catálogos, listas de endereços e telefones, cópias de trabalhos, próprios e de outros autores. É fundamental o uso do computador e das novas tecnologias. A memória é extremamente importante para o avanço profissional. Tente comprovar.


11) Procurar acumular conhecimento

Para atingir esse objetivo, faz-se mister estar atento às mudanças e circustâncias. Urge acompanhar as mudanças nas áreas da política, economia, negócios, expansão empresarial, enfim, as ocorrências e eventos do meio ambiente. Pinçar, a partir daí, os espaços e áreas de interesse que mereçam aprofundamento conceitual. As antenas precisam estar ligadas a qualquer alteração de rota. O profissional pode, a qualquer momento, precisar tomar decisões rápidas ante as circunstâncias. Se estiver por fora dos fatos, certamento vai ser pego pela ignorância. Como já disse Sócrates, “existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.”

12) Usar o bom sensoFrequentemente, a solução está ali adiante, pertinho, e não distante, como se pode imaginar. Por isso, antes de se buscar caminhos complicados, é aconselhável olhar ao redor, na linha da tentativa de descobrir o senso comum. O senso comum é, às vezses, escolher a melhor estratégia. Existem duas grandes linhas estratégias à disposição de uma pessoa: a estratégia direta e a estratégia indireta. A primeira ampara-se no conceito de enfrentamento frontal de uma situação; a segunda se vale do conceito de usar formas indiretas, sinuosas, para alcançar os objetivos.


13) Evitar excessosNessa mesma linha de pensamento, os excessos devem ser evitados, pois, como lembra o vulgo, tudo demais é veneno. Ou como bem demonstra esta sábia sentença cingalesca: “Limpeza exagerada ou falta de limpeza; crítica abundante ou elogio farto; excesso de cortesia ou descortesia - eis seis características do estúpido”. Esse conselho quer significar, ainda, a necessidade de se trabalhar com os recursos essenciais, as ideias centrais, dispensando-se as coisas desnecessárias para se alcançar os objetivos e metas.


14) Evitar o ridículoAs coisas ridículas são razoavelmente aferidas pelo bom senso. Nem sempre conseguem ser detectadas por algumas pessoas. É preciso estar atentos a elas. Leopardi diz que “as pessoas são ridículas apenas quando querem parecer ou ser o que não são”. Ridículo é o artificialismo na construção dos discursos; ridículos são perfis que se desmancham com um exame mais apurado. Ridículas são pessoas que pretendem mostrar o que não têm, ser o que não são e dizer o que não sabem.


15) Defender um ideárioÉ preciso ter fé, defender firmemente uma crença. A pessoa amorfa, sem opinião, sem paixão, sem valores, sem princípios, assemelha-se a um vegetal. Como prega o mártir da causa dos negros norte-americanos, Martin Luther King, “se um homem não descobrir nada por que morreria, não está pronto para viver”. A construção de um ideário não é uma tarefa artificial. O ideário é a somatória de lições de vida e de experiências, de alegrias e tristezas, de conhecimento acumulado e dos valores adquiridos ao longo da trajetória. Uma pessoa sem ideário é como uma lesma que se descontrói com uma pequena pitada de sal.


16) Fazer as coisas com emoção“A emoção é necessária, porque sem ela não se pode viver. O importante é sonhar e ser sincero com seu sonho”. A frase é de Jorge Luis Borges. Sem emoção, a vida perde a graça. Para um profissional, vida sem emoção não tem sentido. Trabalhar com prazer e por prazer, não apenas por dinheiro; fazer as coisas de que gosta; buscar momentos  de paz interior; encontrar amigos, bater o papo de fim de tarde, selecionar os cantos, os espaços e as cores - tudo isso contribui para lapidar o cotidiano com o toque da emoção.


17) Saber administrar o tempo


18) Saber administrar as dificuldades

Crescem as dificuldades no mundo de trabalho. É preciso conviver com elas. Não adianta entrar em desespero. A lição é de Terêncio, o grande pensador latino: “Nada é tão difícil que, à força de tentativas, não tenha resolução”. A pessoa não se deve deixar abater com o acúmulo de dificuldades. Precisa pensar grande e positivamente. Assim, vencerá uma a uma.

19) Viver o presenteProcurar viver intensamente o hoje. Também é de Sêneca o pensamento: “Dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente”. Há pessoas que passam o tempo preparando o futuro, deixando de lado as grandes oportunidades de momento em que poderiam ser felizes. Ocupar o tempo é viver. Deixar de ocupá-lo é um descompromisso com o ideal de existência. 


20) Ter coragem de arriscar-seSomente aqueles que se arriscam a ir muito longe têm possibilidade de descobrir até onde podem chegar. A frase é de T. S. Eliot e, certamente, resume um projeto de crescimento. Quem quer ir longe não pode ficar no mesmo lugar sempre. Quem quer enfrentar novos desafios não pode se acovardar. Quem quer sentir diferentes gostos da vida deve procurar novos temperos. O crescimento implica certa dose de risco. E de coragem. Como canta o profeta Zaratustra: “Ânimo tem quem conhece o medo, mas vence o medo; quem vê o abismo, mas com altivez. Quem vê o abismo, mas com olhos de águia, quem deita a mão ao abismo com garras de águia - esse tem coragem.”


21) Saber comandarNão deixar passar o momento. Não deixar o cavalo selado passar pela frente e correr sozinho. Portanto, se houver oportunidade, monte no cavalo que passa na frente, na sua porta, assuma um novo cargo, cresça, suba no andar mais alto, até o último andar do edifício, se for capaz, e as circustâncias o ajudarem. Mas quem quer comandar precisa conhecer o princípio, exposto na máxima aristotélica: “Quem se dispõe a tornar-se um bom chefe deve primeiro ter servido a um chefe”. Sun Tzu ensina: “O chefe habilidoso conquista as tropas inimigas em luta; toma suas cidades sem submetê-las a cerco; derrota o inimigo sem operação de campo muito extensas. Um chefe consumado cultiva a lei moral e adere estritamente ao método e disciplina. Estáem seu poder controlar o sucesso.” É oportuno lembrar, ainda, que a autoridade do chefe repousa sobre algumas faculdades, como: inteligência (compreendendo aptidões naturais, capacidade de discernimento, clarividência, sentido de prioridade, sentido do real, sentido do possível, sentido das comparações, visão de conjunto), boa formação geral, profissional e psicológica; experiência e qualidades de administrador (previsão, organização, direção, coordenação e controle). A esse conjunto, somam-se qualidades humanas, como: espírito de disciplina, lealdade aos superiores, consagração a causa comum, respeito ao próximo, integridade, compreensão e sentido de ajuda, entusiasmo e iniciativa, confiança em si mesmo, tenacidade, domínio de si mesmo, estabilidade, equilíbrio e esforço permanente para aperfeiçoamento pessoal. 


22) Ter capacidade de inovarBuscar situações novas, reformar sistemas e métodos de trabalho, conservar permanente disposição para inovar - esses desafios geram motivação, reanimando as equipes e oxigenando as estruturas. A capacidade de inovar depende de como o profissional enxerga o seu dia a dia. Mesmo que esteja satisfeito com as coisas, deve sempre procurar aperfeiçoar as atividades. Ou seja, sugere-se colocar o trabalho sob uma ótica de inquietação. Mais uma vez, Zaratustra é um bom conselheiro: “Novos caminhos sigo, uma nova fala me empolga: como todos os criadores, cansei-me das velhas línguas. Não quer mais, o meu espírito, caminhar com solas gastas.”


23) Comprometer-se com resultadosO planejamento eficaz é aquele que se volta para resultados. Qual é a finalidade do programa, em que tempo serão alcançados os resultados, quais os meios necessários para se alcançar as metas? Essa é a pauta da preocupação rotineira de quem quer ter satisfação com o que faz. A pessoa, na verdade, colhe o que semeia. E se alguém não impõe a si mesmo algumas metas e resultados, não se sente motivado a alcançá-las.


24) Defender a reputaçãoA identidade de uma pessoa é a soma de suas qualidades e defeitos. E a respeitabilidade de uma pessoa é a sombra de sua reputação. Por isso, quem deseja ser respeitado precisa zelar por sua reputação. O escritor espanhol Quevedo y Vilegas cunhou este pensamento: “Aquele que troca a reputação pelos negócios perde os negócios e a reputação.”


25) Criar fatos, gerar ideiasAs atitudes e os comportamentos distinguem as pessoas. Os líderes são aqueles que tomam a iniciativa, energizam os ambientes, criam as condições de mobilização. São tipos proativos que não ficam esperando as coisas acontecerem. Já os reativos só agem em respostas a estímulos. A História registra o sucesso de todos aqulese que abriram horizontes, descortinando oportunidades, distinguindo cenários. Por isso mesmo não se deve esperar pelos fatos, é preciso - se for necessário - criá-los. O estrategista é aquele que gera alternativas diferentes. 


26) Conter as emoções radicaisA emoção é necessária, sem ela uma pessoa se transforma numa parede fria. Mas as emoções violentas precisam ser controladas. Como ensina o cardeal Mazarino, em seu Breviário dos Políticos: “Evita te exaltares muito rapidamente com alguém porque em muitos casos de darás conta de que te confundiste através de falsos relatos. Mas se nesse entretempo tu deixaste levar pela cólera, os erros recairão sobre ti”.


27) Preservar a verdade


28) Desconfiar do elogia fácil


29) Ter capacidade de argumentaçãoNão adianta apenas dizer. Em muitas oportunidades, há de se demonstrar o que se diz. E a boa argumentação se vale de provas absolutas, rigorosas, situadas no campo do conhecimento apresentado. Portanto, argumentar é o dom de convencer os interlocutores, com motivos e razões. Passar do particular ao geral pode ser uma boa tática, assim como dar exemplos, precedentes e ilustrações. E entre as técnicas da boa argumentação, apontam-se: a indução, a explicação, a dedução, a relação causa-efeito, a analogia e a metáfora, a hipótese, a alternativa e o dilema, a dialética e o paradoxo.



30) Procurar buscar a felicidade


As tarefas cotidianas levam as pessoas a desleixar a respeito de aspectos fundamentais da vida, como o lazer, a busca do prazer sadio, a busca do convívio. Que adianta viver apenas para o trabalho, para os negócios, de acordo com uma visão essencialmente materialista e utilitarista? A felicidade é o maior sonho de consumo do ser humano. Urge encontrá-la.

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