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Reportagem - Ilha de Páscoa

Compartilhando a matéria que escrevi para o jornal O Popular sobre a Ilha de Páscoa. Bem mais útil que as impressões pessoais ;)



Os mistérios da Ilha de Páscoa

A ilha pertencente ao Chile e que é um dos lugares mais isolados do planeta atrai turistas do mundo inteiro com sua paisagem peculiar e as enigmáticas esculturas talhadas em pedra

Erika Lettry - De Hanga Roa, Ilha de Páscooa, especial para o popular

21 de julho de 2014 (segunda-feira)

Uma ilha de 24 quilômetros de comprimento nascida da emergência de três vulcões e que abriga misteriosas esculturas a céu aberto. A Ilha de Páscoa, pertencente ao Chile mas distante de sua costa oeste cerca de 3,7 mil km, mais de cinco horas de avião, é um dos destinos mais insólitos da Terra. O isolamento não é mera sensação: trata-se de um minúsculo pedaço de chão rodeado pelo Pacífico e que é considerado um dos pontos mais distantes do planeta. Esta certeza você terá assim que avistar a ilha inteira do avião. Uma visão única de um lugar extraordinário.

A natureza peculiar que inclui cavernas e vulcões, o exótico povo rapanui, de origem polinésia, sua história controvertida e os moais (esculturas humanas talhadas em pedra) são razões suficientes para lotar diariamente os dois únicos aviões que atualmente desembarcam em Hanga Roa, capital da ilha: um partindo de Santiago, no Chile, e outro de Papeete, da Polinésia Francesa. Depois que os voos que saíam de Lima foram extintos, há uma possibilidade de o Brasil ser premiado com uma linha direta de Guarulhos.

Por muito tempo esquecida e vítima de sérias crises de sobrevivência decorrentes de sua geografia, a Ilha de Páscoa aproveita como pode as vantagens de ter entrado no coração de turistas do mundo inteiro. A infraestrutura hoteleira é completa – com opções de luxo e para mochileiros –, há diversos restaurantes, táxis, lojas de locação de carros e bicicletas e serviços turísticos vendidos por agências.

A parte mais difícil mesmo é preparar os bolsos para a empreitada, embora nada seja impeditivo. Paga-se o custo de uma viagem que pode-se considerar quase como exclusiva.

Para explorar a ilha

Há diferentes formas de explorar a ilha. Por não ser muito grande, há quem se anime a alugar bicicletas para percorrer as atrações. O mais comum, contudo, é alugar carros ou combinar pacotes com os taxitas. Estas modalidades permitem ao turista visitar os destinos sem se preocupar com horários predefinidos. Mas, a não ser que você tenha um bom guia impresso nas mãos, o recomendável é mesmo procurar as agências de turismo para que o guia possa explicar detalhes da história da ilha – você vai se fascinar e descobrir que tudo que pensava conhecer não era verdade.

No centro da cidade, em frente à orla, há um guichê de informações que pode ser muito útil para ajudar a contratar os serviços. Duas agências têm o selo de qualidade e ambas oferecem três tipos de excursões: de dia inteiro, em que o fim do passeio é na praia de Anakena, e dois de meio dia, com visitas a Orongo (onde um vulcão inativo irá lhe fazer perder o fôlego) e Akivi.

O custo total é de cerca de 50 mil pesos chilenos, o equivalente a 200 reais. Isso sem contar o ingresso no Parque Nacional Rapa Nui, que para estrangeiros tem um custo de 60 dólares e pode ser comprado assim que se desembarca no Aeroporto Mataveri.

Ao todo são 25 pontos turísticos oficiais no Parque Nacional Rapa Nui, mas só existe controle de ingresso em Raraku e Orongo devido à fragilidade destes sítios arqueológicos e à necessidade de prevenir o impacto acumulativo. Os rapanuis são muito zelosos de seu patrimônio e qualquer desobediência é bronca na certa – por isso é melhor ficar atento a placas e cordões.

Esculturas são culto aos homens, não aos deuses

Ver pela primeira vez um moai – aquela estrutura gigantesca composta por cabeça e tronco de até 12 metros de altura talhada em pedra vulcânica – é realmente assustador. Centenas de dúvidas surgem na hora, mas as explicações até hoje não convenceram a todos. Como estruturas tão pesadas foram levantadas? Que tipo de tecnologia usaram para empreendê-las?

O fato, contudo, é que em determinado momento você vai deixar de se intrigar pelas obras desta civilização que teve seu auge nos anos 1400 e se perguntar por que tamanha obsessão pelas esculturas – são cerca de 800 espalhadas em toda ilha. E engana-se quem pensa que eram feitas em culto aos deuses.

As estátuas monolíticas eram totalmente dedicadas aos homens mais importantes da ilha. Até serem recuperados por engenheiros no século passado, dizem os nativos que todas estavam caídas. As hipóteses são tsunamis e terremotos.

Cada parte dos sítios arqueológicos é um motivo diferente para se ver tantos moais. Ahu Tongariki, por exemplo, é o cartão-postal da Ilha de Páscoa. Trata-se de uma sequência de 15 moais de costas para a Praia Hotu´iti, declarado o maior monumento do Pacífico Sul. A restauração destas estátuas terminou apenas recentemente, em 1996, graças ao esforço de uma empresa de engenharia japonesa que tinha o intuito de promover seu trabalho para o mundo.

Na quase exclusiva e pequena praia de Anakena, fica um altar de moais que tem algumas das estátuas mais bem conservadas da ilha, algumas delas com o pukao – a estrutura vermelha sobre a cabeça que pode tanto representar os cabelos quanto uma espécie de cocar. Para ver um moai com os olhos pintados, no entanto, o destino é Ahu Tahi. Os olhos foram pintados também no século passado e o único que conserva a pintura original, de coral, está abrigado no Museu Antropológico Padre Sebastián Englert, também localizado na ilha.

Cemitério
Já nas encostas da cratera de Rano Raraku fica um verdadeiro cemitério de moais inconclusos. Todos os moais da ilha, aliás, eram esculpidos na cratera do vulcão Rano Raraku em uma rocha mais maleável e fácil de moldar.

A hipótese para o abandono dos moais é que houve uma crise de sobrevivência na ilha e os homens mais influentes, que encomendavam as esculturas não puderam mais arcar com o custo de sustentar o artista e sua família em troca do trabalho. Neste local estão as esculturas mais estilizadas, que marcam uma espécie de evolução no trabalho dos moais.

Dicas úteis

■ Do aeroporto a qualquer lugar em Hanga Roa, o preço tabelado do táxi é de 3 mil pesos chilenos (12 reais). Já do centro até os hotéis o preço é de 2 mil pesos (8 reais). Para um passeio até a praia de Anakena, que fica um pouco distante, é possível combinar com o taxista o valor de 15 mil pesos (60 reais) ida e volta. Os valores devem ser pagos em dinheiro.■ Os preços de diária de hospedagem variam de 25 mil pesos a 300 mil pesos (100 a 1,2 mil reais).
■ O ideal é ficar pelo menos quatro dias na cidade. No primeiro dia é interessante reconhecer o terreno, saber onde ficam os caixas eletrônicos, empresas de turismo e visitar os locais que vendem artesanato. No segundo, fazer o passeio de dia inteiro; no terceiro, os dois passeios de meio dia, e, no último, aproveitar os cursos de mergulho, que custam cerca de 30 mil pesos (120 reais). No mergulho é possível ver um moai submerso – propositalmente colocado ali, é bom ressaltar.
■ Ver o pôr do sol em Aku Tahai é uma das principais diversões dos turistas. Dá para ir caminhando do centro de Hanga Hoa – são menos de 30 minutos a pé. No inverno do Hemisfério Sul, o sol se põe por volta das 18h30.
■ Para o nascer do sol em Ahu Tongariki, se tiver ânimo para acordar bem cedo, vá de carro alugado ou agende táxi.
■ Para comer, o ceviche com camote (batata-doce) é uma iguaria muito recomendada. Finalize com pisco sour, bebida de limão que lembra muito a nossa caipirinha.
■ Consulte com seu hotel os serviços que são prestados. Em baixa temporada pode ser que não ofereçam venda de água nem o uso de toalhas. Melhor não se surpreender na hora errada.
■ Se a sua estadia incluir um domingo, não esqueça de assistir à missa com músicas cantadas em língua rapanui. Aliás a arquitetura da igreja é bem peculiar, cheia de esculturas do povo de origem polinésia.


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