Pareceu
uma eternidade para os amigos que forçosamente acompanharam minha
viagem por meio de fotos no Facebook e Instagram. Mas, em números, foram
apenas 35 dias na estrada, 13 aviões, 3 países, 7 hotéis, 14 cidades, 2
mil fotos e, como minha afilhada gostava de me dizer ao telefone, “40
saudades”.
Sei
que a viagem foi motivo de dúvidas para antigos e novos amigos. Os
primeiros por não entenderem meu surto psicótico de abandonar o emprego
para torrar minhas economias em três países da América do Sul e os
segundos por não entenderem porque viajar sozinha - ainda mais se tenho
namorado!
A
viagem, contudo, veio em um momento muito necessário de
autoconhecimento, para abrir uma nova fase, e me encheu de sentimentos
positivos, especialmente em relação a mim mesma. Depois dessa explicação
que nada explica (rs), vamos falar um pouco das minhas impressões sobre
o Uruguai. Pretendo depois (não sei se vou conseguir, porque estou com
fé que terei muito trabalho nos próximos meses) escrever um pequeno
roteiro de cada destino a quem interessar possa.
A
viagem começou no Uruguai, um lugar que só incluí depois que a Camila e
o Rainer passaram a lua-de-mel por lá e voltaram falando maravilhas. Me
surpreendi com o país do Mujica, porque confesso que sempre espero algo
mais parecido com o saboroso caos do Brasil na América do Sul. Vou logo
avisando que tenho uma visão superficial de turista que passou apenas
alguns dias viajando, e é óbvio que minhas considerações podem estar bem
distantes da realidade. Porém, me atrevo mesmo assim a dizer (rs).
Discordâncias nos comentários, por favor!
Voltando
ao Uruguai, me surpreendeu bastante seus ares europeus, sua
organização, riqueza, educação. Soube que é um país bastante
escolarizado, com pessoas muito calmas e que valorizam o dolce far
niente (no que estão muito certas!!!). Fiquei creio que cinco dias em
Montevidéu no Hotel Palácio, bem perto da praça mais importante da
cidade. Nos dois primeiros dias quis conhecer a cidade e fiquei zanzando
pelo comércio, cafés, teatros e construções arquitetônicas.
Ansiosa
que sou, logo no primeiro dia busquei uma agência de viagens para
programar alguns passeios. Poderia ter ido de forma mais independente,
comprando passagens de ônibus, mas como estava sozinha preferi um
esquema mais seguro e em que eu pudesse interagir mais com as pessoas. Viajar sozinha merecia um capítulo à parte, porque foi muito mais simples do que eu esperava. Mas falo disso depois.
O
primeiro passeio que fiz com a empresa de turismo foi a Punta Del Leste,
com passagem por Piriápolis e Casa Pueblo. Durante o trajeto de ônibus
conheci a Roxana, que é do sul e também viajava naquele dia sozinha
enquanto esperava a chegada do namorado. Foi ótimo, nos unimos para um
passeio de teleférico em Piriápolis e depois solidariamente pudemos
tirar zilhares de fotos uma da outra. Depois deste passeio acabamos nos
encontrando outra vez na vinícola Bouza, desta vez com o namorado dela
já no Uruguai.
A
parte que mais me encantou no passeio foi a Casa Pueblo, a antiga casa
de verão do artista Carlos Páez Vilaró. Lembra aquelas construções
gregas, toda em branco, e fiquei mesmo apaixonada por suas obras
coloridas. Se fosse uma turista um pouco mais endinheirada, animava me hospedar no hotel por alguns dias (mas creio que, nesta época, ele está fechado...). E uma curiosidade: lembram daquele acidente de avião em que
os sobreviventes foram forçados a comer carne humana? O filho do artista
foi um dos sobreviventes. Tive de pesquisar isso, porque a guia só
falou vagamente que a história do acidente tinha virado filme.
Para
quem como eu ama vinhos, o passeio que super recomendo é até a vinícola
Bouza, com direito a degustação. Depois de conhecer a propriedade e
entender o processo - além de conhecer a coleção de carros antigos do
dono - , experimentamos umas quatro variedades diferentes de vinhos
produzidos por ali. Cada um mais delicioso que o outro. Abaixo um quadro que mostra um pouco os sabores que se pode reconhecer nos vinhos (como meu paladar é bem pouco refinado, acho uma infinita viagem...rs). Dividi a mesa com outro casal brasileiro e nos reencontramos no Mercado
Central, onde todos dizem é possível encontrar os pratos mais saborosos
de Montevidéu.
Mas, para mim, o passeio mais incrivelmente lindo é até Sacramento. A cidade é muito charmosa, parece coisa de filme! Cheia de flores, construções em pedra, não sei descrever. As fotos falam por si. Acho que é a cidade perfeita para casais em lua-de-mel! Aliás, se eu fosse adepta dos passeios repetidos, passaria a lua-de-mel com o Rodrigo em dois lugares: Sacramento e Ilha de Páscoa. Sacramento fica um pouco distante de Montevidéu e o mais comum mesmo é chegar até lá pela Argentina. Não sei que palavras usar para recomendar a cidade com toda força possível. Espero que a conheçam e me contem se estou exagerando. Para mim cada esquina era um flash!
Delícia saber um pouco da sua viagem por aqui. Daqui a pouco chego em Gyn e vou querer saber muito mais!
ResponderExcluirEntão quer dizer que a parada do filme de gente que come carne humana tem a ver com a América do Sul? Gente, sou uma ameba andante. Pra mim isso era uma coisa do Alaska, sabe assim? E agora fiquei com vontade de ir a Sacramento, não tanto pelas fotos, confesso (parece uma coisa meio abandonada! que medo), mas pelo desafio de concordar ou discordar de você. Vamo ver se eu animo agora, hein?
ResponderExcluirE eu achando que tinha arrasado nas fotos de Sacramento!...kkkkk
ExcluirQue bom saber que nossas boas impressões te levaram a esse país encantador. É realmente lindo e faz a gente querer voltar lá mais e mais vezes!
ResponderExcluirQuanto à lua de mel em Sacramento, eu apoio! Passei a minha por lá e foi maravilhoso... me deu até vontade de olhar as fotos de novo! kkkkk
Ah.... as suas fotos estão maravilhosas!!! :D
Eu agora quero muito levar o Rodrigo lá! Acho que ele ia amar também!!!
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