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Viagem América do Sul - parte 4: Santiago

Agora sim voltando à ordem natural das coisas. Depois de Punta Arenas segui para Santiago, onde cheguei no dia 18 de junho. Me custou muito deixar a rota do fim do mundo porque sou daquelas que tem uma agilidade muito grande em entrar na zona de conforto. Mas talvez esta tenha sido a lição mais importante da viagem: ser obrigada a sair da zona de conforto com certa frequência.

Fiquei hospedada em um hostal em Nuñoa, um bairro mega charmoso de Santiago. O inconveniente é que era tão longe do centro que nem minha agência de turismo queria me buscar. Por outro lado ficava pertinho do metrô, de restaurantes, do shopping, do cinema...Tanto que me animei a assistir “A Culpa é das Estrelas” e amei porque entendi tudinho.

Fiquei com dificuldade de passear em Santiago por um motivo bem idiota. Estava um frio de rachar e no meu quarto havia um aquecedor que ficava embaixo da minha cama. Pensem em um trem bom…Sair era sempre um grande sacrifício (rs).

Apesar desta resistência, decidi sair no dia seguinte para um caminhada pelo Paseo Ahumada, no centro histórico. A primeira parada foi na Catedral de Santiago, cuja fachada está sendo reformada. Aliás eles o Chile tem um projeto interessante de recuperação das fachadas dos prédios históricos. Só me pergunto como fica tudo por dentro….

Consegui depois andando sem rumo encontrar o Museu de Arte Pré-Colombiana, que tem um acervo muito bacana de várias civilizações americanas. Eu sou suspeita porque gosto muito de museu. Mas vou confessar logo o lado fútil e dizer que o que mais gostei foi a coleção de adornos. Deu vontade de voltar aos negócios de bijouterias!

Saindo de lá fui ao Museu Histórico Nacional, onde havia uma apresentação dos mapuches em comemoração ao ano novo deles. Fiquei seriamente empolgada com isso, porque saber no meio da viagem que ainda tem ano novo começando por aí foi tão...sei lá...pareceu muita coisa do destino! E como coincidência pouca é bobagem, no hostal em que fiquei hospedada o meu quarto era denominado mapuche. Gente,  me sinto mapuche! (rs)

No dia seguinte fui conhecer o famoso Valle Nevado. O lugar é lindo, mas confesso que em 15 minutos já havia enjoado da paisagem branquinha. Mas a experiência de pisar numa neve bem espessa foi divertida. E mais estranho ainda foi o calor que eu passei no meio daquela neve toda. Gente, não entendo mais nada...Achei que neve era igual frio. Quem explica?





Aqui aproveito para super não recomendar a empresa que contratei, que era a Turistik. Além de ser mais cara, com ônibus mega lotado, achei que ela me desdenhou demais. Não quis me buscar no hotel como fez com os outros turistas, embora não me desse nenhum desconto por isso. E achei o guia meio suspeito, porque jurou de pé junto que iria nevar horrores naquele dia e que precisaríamos alugar várias roupas caríssimas. No medo muita gente alugou tudo. Eu, que já tinha bastante coisa, só aluguei a calça. Só que: nem um floquinho caiu.

Mas esquecendo um pouco isso, o passeio foi legal. Almocei em um restaurante ótimo que tem lá no Valle Nevado. Delícia de comida, tomando vinhozinho enquanto observava o vale...E a sobremesa, um creme brulé, não podia estar mais divina!

No dia seguinte fui conhecer a vinícola Concha y Toro, que faz o nosso amado vinho Casillero del Diablo. Eu amo esse vinho. E amei conhecer o lugar. Além da vinícola ser linda, pudemos degustar três vinhos ótimos: o Trio, um outro que esqueci (rs) e o Dom Melchior, que custa R$ 500 dólares (foi o vinho mais caro que provei na vida...rs).






Primeiro conhecemos o espaço que era a casa de Dom Melchior, depois a vinícola em si e degustamos os dois primeiros vinhos. Daí seguimos para a adega do Casillero del Diablo e achei bacana porque o passeio é cheio de historinhas sobre como surgiu esse nome que provoca a ira de tanta gente (rs). Passam uma animação na parede da vinícola super divertida.

No fim degustamos o Dom Melchior e ganhamos a tacinha de presente. E consegui que ela chegasse inteira no Brasil! Aliás aproveitei a passei na lojinha e fiquei enlouquecida nos itens que eles têm para quem gosta de vinho. Comprei algumas coisinhas para o Rodrigo, naquele típico esquema de presente interesseiro (rs).

No outro dia também conheci outra vinícola, a Veramonte, mas infelizmente não pude comprar nada porque ainda teria de enfrentar muitos aeroportos para me arriscar assim. A partir fui com outra agência bem mais bacana conhecer Valparaíso e Viña del Mar. Em Valparaíso fizemos um city tour que passada pela casa de Pablo Neruda e por um porto cheio de leões marinhos. Mas olha: não vi nada de especial na cidade. Não achei nada bonita. Estou só sendo bem sincera...rs.







Vinã del Mar me pareceu mais simpática, mas meu ânimo com cidade praiana tem sido pequeno ultimamente. Só gostei mesmo do almoço do castelinho porque a comida, apesar de muito cara, estava deliciosa. E, claro, tinha vinho! Recomendo fortemente que não se compre esse passeio por agência porque é muito corrido. Melhor fazer em um esquema próprio mesmo.

No penúltimo dia fui conhecer o Cerro de Santa Lucia, em Santiago mesmo. Só soube da existência dele porque alguns turistas do passeio para Valparaíso comentaram. Mas o lugar é realmente muito charmoso, cheio de construções bonitas. Fiquei com vontade de passar o dia todo lá. Mas criei coragem e continuei a caminhada e acabei encontrando o Museu Colonial, cheio de obras lindas sobre a vida de São Francisco. Fiquei feliz com a descoberta porque era uma baita segunda-feira, dia em que os museus costumam fechar. E o lugar é incrível mesmo.






Antes de embarcar para Ilha de Páscoa não quis me arriscar muito nos passeios em Santiago. Fui apenas ao zoológico para ver o urso polar. Saindo de lá passeio no Pátio Bella Vista para almoçar e achei um lugar bacana para comprar “regalos”. O último compromisso foi fazer a minha nova tattoo em homenagem ao Rodrigo. E, olha, ficou lindinha demais. Já é a minha segunda favorita!




Comentários

  1. Pois é. Já li que vc tem pelo menos duas tatuagens e foto que é bom... nada. tsc tsc tsc grandesss jornalistona vc é. Fotos ou: não aconteceu. humpf.

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  2. Hehehe...Confesso que foi a preguiça de procurar as fotos naquele álbum gigantesco do Ios...rs

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